RESUMO
Este artigo apresenta um estudo empírico exploratório das atitudes e opiniões de religiosos acerca da ciência, cujos resultados foram interpretados a partir das noções de campo psicológico/espaço vital de Lewin. Objetivo: investigar a visão que adeptos de diferentes grupos religiosos brasileiros têm da ciência, os fatores que influenciaram essa visão (como a educação familiar e escolar) e o recurso à religião ou à ciência diante do sofrimento e do mal. Método: estudo transversal quantitativo com uso da Escala de Crença na Ciência e um questionário original investigando as perspectivas dos religiosos frente à ciência. Participantes: 206 mulheres e 102 homens (N=308) com diferentes afiliações religiosas. Resultados: como tendências gerais, verificou-se: (1) maior propensão à descrença na ciência, a despeito do reconhecimento de sua importância; (2) percepção de posição favorável à ciência por parte da religião e de grupos religiosos; (3) consideração de que não há conflito irreconciliável entre ciência e religião; e (4) maior tendência a buscar recursos na ciência e na religião ao mesmo tempo (ou exclusivamente na religião) para lidar com o sofrimento e o mal. Análises mais detalhadas evidenciaram, ainda, diferenças significativas entre as afiliações religiosas em seus níveis de aproximação ou afastamento da ciência.
PALAVRAS-CHAVE
Relação entre ciência e religião; atitude em relação à ciência; crença na ciência; grupos religiosos brasileiros; Psicologia da Religião