O MeditativaMente – Grupo de Estudo e Pesquisa em Práticas Meditativas tem a proposta de ser um referencial científico sobre práticas meditativas como atividade de extensão do Inter Psi – Laboratório de Estudos Psicossociais “Crença, Subjetividade, Cultura & Saúde”.

Visando atender os ideais de produção e divulgação do conhecimento científico, o presente grupo será constituindo por:

  • um núcleo fixo composto por membros do Laboratório Inter Psi e convidados que possuem interesse em tal temática e compartilhem do desejo de produção de pesquisas experimentais envolvendo práticas meditativas.
  • um grupo de estudo dedicado a discussão teórica e prática sobre práticas meditativas aberto a psicólogos e estudantes de psicologia interessados em tal temática. A aprovação de candidatos será realizada mediante carta de apresentação e elaboração de uma análise crítica sobre uma temática relacionada às práticas meditativas.

As reuniões tem duração de duas horas e são realizadas (mensalmente) às quartas-feiras das 18h às 20h, via Google Meet.

As pesquisas experimentais serão realizadas em parceria com o CEIP e poderá contar com a colaboração dos graduandos em psicologia mediante capacitação prévia junto aos participantes do grupo.

Visando a expansão das suas atividades o MeditativaMente poderá realizar parcerias com a FMUSP e HC.
As pesquisas serão direcionadas prioritariamente no tratamento de condições as quais existem consistentes evidências de sua aplicabilidade terapêutica:

  • transtornos de ansiedade (transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico, ansiedade social, transtorno de estresse pós  traumático e fobias específicas)
  • controle de dores crônicas (cefaléias e fibromialgia)

Justificativa

A palavra meditação é polissêmica.
Na língua portuguesa a palavra meditação tem como origem a palavra meditare em latim e significa “reflexão” ou “pensamento profundo”.
No entanto, a palavra “meditação” também é designada para conceitualizar práticas orientais distintas à concepção etimológica ocidental.
Em sânscrito existem diversas palavras que designam as práticas meditativas, como “dhāraṇā” “dhyāna”, “samyama”, (concentração, meditação e absorção, respectivamente) ou “bhāvanā” (cultivo ou desenvolvimento).
Em pali encontramos a palavra “sati” que significa atenção correta ou vigilância, e que fora traduzida para o inglês como mindfulness dando origem a um movimento cultural que se utiliza de tais práticas de uma forma distinta da perspectiva a qual tal conceito se originou.
As práticas meditativas em tradições orientais estavam vinculadas a sistemas psicológicos, filosóficos, ou espirituais e intentavam o estado de liberdade espiritual (moksha). Dentro desta concepção a meditação intenta o conhecimento de si mesmo (nas perspectivas psicológicas e filosóficas), ou conhecimento místico (em perspectivas espirituais).
Quando tais práticas chegaram no ocidente em meados da década de 50 elas foram apropriadas pela psicologia e medicina adquirindo um caráter secular e terapêutico. A partir da década de 70 tais práticas também foram apropriadas pelo movimento “new age” adquirindo por meio dele uma característica místico e de autoajuda.
Nas últimas décadas foram realizadas centenas de pesquisas em psicologia, medicina e neurociência sobre os benefícios e malefícios da meditação. No entanto,
uma considerável parte de tais estudos possuem falhas metodológicas graves como a indistinção entre distintas práticas ou ausência de grupo controle e/ou placebo.
As pesquisas demonstram resultados consistentes sobre os efeitos positivos de práticas meditativas terapêuticas em transtornos de ansiedade, alterações do sono e controle de dores crônicas. No entanto, diversas outras condições onde tais terapêuticas vem sendo utilizadas possuem efeitos nulos podendo ocasionar malefícios aos indivíduos que delas se utilizam, seja como consequência da própria prática ou pela não adesão de práticas que seriam efetivas em tais condições.
No Brasil são escassas as Universidades que possuem laboratórios que se dedicam as pesquisas cientificas sobre práticas meditativas. No entanto a meditação faz parte do programa de Práticas Integrativas Complementares (PICS) e é oferecida pelo Sistema Único de Saúde como tratamento de diversas condições para a população.
A proposta do MeditativaMente emerge de um interesse pessoal em práticas meditativas e culmina com o desejo acadêmico que intenta contribuir para o desenvolvimento e divulgação de conhecimento cientifico sobre tal temática.

Objetivos

  • ser um referencial sobre práticas meditativas terapêuticas e espirituais.
  • produzir experimentos clínicos sobre práticas meditativas e suas aplicações.
  • divulgar conhecimento científico sobre a temática.

Plano de Trabalho

Periodicidade: mensal
Dias de atividade: quartas-feiras
Horário: das 18h às 20h
Público-alvo: profissionais da área da saúde
Número de participantes no grupo: 15
Temas trabalhados: de 2022 à 2026 estudaremos o livro “The Oxford Handbook of Meditation” dos autores: Miguel Farias, David Brazier e Mansur Lalljee
Estratégias e procedimentos: os capítulos da referida obra serão apresentados por duplas e discutidos posteriormente com os demais participantes, sob mediação do coordenador.
Recursos audiovisuais: Google Meet

Coordenação

  • André Renato Rizzi
  • Fatima Regina Machado
  • Wellington Zangari

Participantes (ano de 2024)

  • Ana Carolina dos Santos
  • Andrea Silveira
  • Bruna Matsuoka
  • Camila Mello Santos
  • Cecília Maria Stella
  • Erika F M Nakano
  • Fábio Eduardo da Silva
  • Giovane Ramos Silverio
  • Larissa Geraldes
  • Larissa Miotto
  • Leonardo Breno Martins
  • Nabiah Ohanna
  • Renata Acquesta
  • Silvia Assumpção Tomanari
  • Vanessa Vilar